NOTICIAS SOBRE A BAIXADA.

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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A Coordenadoria de Diversidade Sexual de Mesquita recebe o pesquisador alemão Simon - historiador brasilianista e ativista dos direitos LGBT

MESQUITA - O encontro teve como objetivo buscar compreender de que forma os discursos e as políticas dos Direitos Humanos se organizam no campo da educação e da vida pública no que diz respeito à inclusão e permanência da população de TRAVESTI E TRANSEXUAL na escola e em outros espaços públicos, como os da saúde e da assistência , no município de Mesquita.
"Sabemos que todos eles ainda são por marcados por muita violências, negações, silenciamentos, exclusões, epistemicídios e morticídios.
Vou me concentrar na Baixada Fluminense, uma região do estado do Rio de Janeiro que tem um histórico de periferização abrangendo quase 100 anos e que tem suas raízes na história imperial e colonial do Brasil.
O pano de fundo para a minha discussão são as políticas de cidadania com as quais o movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) se engajou. Essas políticas têm crescido ao longo dos últimos 30 anos, cada vez mais enquadradas em torno de um modo liberal de governamentalidade à maneira de Foucault (2007, 2008). Esta política tem ressoado e mostrado efeitos concretos principalmente em centros metropolitanos em melhor situação, onde alguns sujeitos queer começaram a mobilizar a si próprios como cidadãos reivindicadores de direitos do Estado liberal – por exemplo, ao participar de reivindicações sobre como a polícia é uma instituição que deveria protegê-los (Hutta, 2010). Enquanto isso, ativistas LGBT de regiões periferializadas têm apontado para a limitada relevância e aplicabilidade das atuais políticas de cidadania LGBT em seus contextos (por exemplo, Hutta / Balzer, de 2013). Os sujeitos queer dessas regiões são frequentemente confrontados com esquadrões da morte, grupos de traficantes, políticos corruptos e grupos paramilitares que usam a violência para controlar as normas sociais hegemônicas. Porém, esses grupos e agentes não são submetidos aos processos de responsabilização característicos de governos liberais. O acesso dessas pessoas à saúde e a outros serviços pode depender de práticas informais e ilegais, bem como formas clientelistas de dependência; e suas práticas sexuais e de gênero não necessariamente seguem na direção da luta pela subjetividade assumida e auto realizadora promovida pela política de cidadania LGBT." ( Simon )
**A CMDS aproveitou a oportunidade para colocar a necessidade que temos de criar uma casa abrigo para essa população, e se ele poderia ser o nosso porta - voz no exterior no sentido de trazer uma parceria. O pesquisador achou a reivindicação muita justa e se comprometeu realizar um estudo mais profundo e enviar o relatório para seus pares; já é um começo.