NOTICIAS SOBRE A BAIXADA.

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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Empregados denunciam escravidão em Nova Iguaçu

Com apenas um dia de greve parcial, empresa amargou prejuízo de R$ 80 mil, segundo empresário. “São baderneiros”, comentou o empresário sobre o dissidente grevista

O empresário Paulo Sérgio Rodrigues, 60 anos, está indignado. Desde a última quarta-feira (21), um motim promovido por 19 de seus 70 motoristas, atrasou o andamento da empresa, causou prejuízos e colocou sua idoneidade em xeque. Surgiram rumores de que ele costumava agredir funcionários, moral e fisicamente. Os boatos tomaram forma no dia seguinte, na quinta-feira (22), quando foi formalizada uma queixa alegando injúria e difamação contra Rodrigues na 58ª DP, na Posse, em Nova Iguaçu. No entanto, a situação está longe de ser resolvida. Em entrevista exclusiva concedida ao Jornal de Hoje, o empresário que está no ramo há 40 anos, mostrou documentos que, segundo ele, desmontam os argumentos alegados pelos funcionários. Um dos integrantes do movimento grevista, que preferiu não se identificar, disse estar em negociação com a empresa, e que a queixa poderia ser retirada. Mas, Paulo Sérgio Rodrigues, também nega essa informação




Na última quinta-feira (22) motoristas da empresa Mappi Transportes e Logística, que atua no ramo de transporte logístico desde 1998, cruzaram os braços e deram parte do proprietário Paulo Sérgio Rodrigues de Oliveira, 60 anos, na 58º DP da Posse. A empresa possui 70 motoristas e 19 deles registraram boletim de ocorrência contra Paulo Sérgio por injúria e difamação. No entanto, o empresário rebate as acusações e diz que as mesmas foram feitas “sem fundamento”.
O empresário e a equipe de diretores da empresa apresentaram a reportagem do Jornal de Hoje, documentos e registros que supostamente provam que as acusações e reivindicações dos funcionários não procedem. “Os 19 grevistas acusam a empresa de redução nos salários e no vale-alimentação, os últimos contracheques mostram que mantemos os mesmos valores e que todos são de acordo com a tabela do sindicato (R$1.573,00 + adicionais para motorista de carreta, e R$1.425,60 + adicionais para motoristas de Truck)”, declarou Rodrigo Cozzolino, o gerente de logística.
A empresa possui contrato com empresas nacionais e multinacionais de grande porte. A paralisação desses funcionários gerou um prejuízo de R$ 80 mil pelo dia perdido. “Além de fazer a paralisação parcial, os 19 motoristas incentivaram na quarta-feira (21) os demais funcionários a aderirem à greve. Para isso. chegaram a deitar frente a entrada e saída dos veículos, atrapalhando o trânsito dos caminhões no pátio da empresa”, relatou o empresário. “No dia seguinte a denúncia, eles vieram trabalhar normalmente, como se nada tivesse acontecido. Já na sexta-feira (23) três deles pediram dispensa”, ressaltou Marcos Paulo de Souza, sócio diretor da Mappi.
Os advogados da transportadora já foram acionados e encaminharam documentos e relatórios a Corregedoria do Ministério do Trabalho, em Nova Iguaçu, para registrar também uma ocorrência por injúria e difamação contra os funcionários que agiram, segundo ele, de má fé e a um jornal que publicou uma reportagem sem ter apurado os dois lados do caso.
Das acusações registradas pelos motoristas Flávio Oliveira e Giuliano Marcos na Delegacia da Posse, a principal foi de agressão. Paulo Sérgio, dono da transportadora, rebateu dizendo não ter idade nem condições físicas para realizar tal atividade. “Tenho 60 anos e sofri um acidente de carro que me rendeu sete cirurgias e me tirou três centímetros da perna, como eu poderia agredir alguém?”, questionou o dirigente da empresa.

Empregados que fizeram a denúncia estão com contrato perto do fim

Segundo Marcos Paulo de Souza, sócio-diretor da empresa, os motoristas que registraram as ocorrências estão em período de experiência e com o contrato para vencer. “Esses 19 motoristas têm no máximo dois meses de casa. Estão em período de experiência e mostraram que têm a intenção de mudar as normas da empresa. Estão nos acusando de recolher os celulares para não registrar as conversas, mas na nossa sala de reunião, não são permitidos celulares. Nos acusaram também de não recebê-los no pátio, mas nossas reuniões são todas realizadas na sala de reunião, independente do assunto”, relatou Marcos Paulo. “Há quem diga que é um problema interno que acontece há anos. Como podem declarar isso se estão na transportadora há apenas dois meses? Tenho funcionário que está comigo há 30 anos, quando comecei no ramo e a empresa ainda se chamava ‘Paulo Sérgio Transportes’ e nunca tivemos problemas”, complementou o proprietário.
Flavio Oliveira, um dos motoristas que fizeram o RO na 58º DP, disse por telefone que o empresário e representantes dos grevistas estariam se reunindo para chegar a um acordo, porém Paulo Sérgio desmentiu esse fato
Via: O diário da baixada
por: Gabriele de souza/  
Fotos: Davi Boechat