NOVA IGUAÇU - Em Cabuçu, o sonho da casa própria virou pesadelo. A casa de número 153 do Condomínio Cannes foi entregue no dia 13 de novembro ao casal Elizabeth Coutinho e Gilberto Braga pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, através da Prefeitura de Nova Iguaçu. Por conta de um incêndio causado pela má instalação da parte elétrica, o casal perdeu todos os seus pertences no dia 19 e, por pouco, não perdeu também a vida.
Com apenas cinco dias na casa nova, a funcionária pública Elizabeth Coutinho, de 52 anos, chamou o técnico eletricista da construtora responsável pela obra para verificar a luz da sala que não estava acendendo. Além disso, ela percebeu que do interruptor do cômodo saía uma faísca quando ligado. “No dia 13 nós nos mudamos para cá, parte da nossa mudança ainda estava na sala quando chamamos o eletricista da construtora para ver a luz da sala que não acendia. O rapaz esteve aqui e quando foi verificar, puxou um emaranhado de fio que na hora até o questionei. Ele apenas colocou os fios de volta no lugar, trocou o bocal e o interruptor”, relatou a moradora.
Na tarde do dia seguinte, Elizabeth foi surpreendida quando chegava da loja de material de construção. “Fui para comprar o que estava faltando para a obra da minha casa, quando voltei o porteiro perguntou se a minha casa era a 153 e disse que ela estava pegando fogo. Quando cheguei, vi que o síndico tinha arrombado a casa para conter o incêndio, eu mesma não cheguei a ver o fogo, meus vizinhos ajudaram a conter as chamas, a casa do lado e o quarteirão só não sofreram danos maiores porque a caixa d’água estourou”, complementou Elizabeth.
O incêndio teria começado na caixa de energia localizada na parede da sala. TV, DVD, notebook, impressora, celulares e até panelas ficaram totalmente destruídos. Roupas, documentos e mantimentos também foram perdidos.
Não é a primeira vez que uma das casas do condomínio apresenta problema na parte elétrica, segundo a filha de Elizabeth, Cintia da Silva Sodré, de 29 anos, moradora do mesmo condomínio. “Já é a quarta casa que apresenta problema elétrico aqui, mas nenhuma teve a mesma proporção da residência da minha mãe. Eles estão lidando com pessoas, o descaso está enorme”, criticou Cintia.
Em relação à empresa CasaPlan Empreendimentos Ltda., responsável pela obra, Elizabeth ouviu que a responsabilidade era apenas da Caixa Econômica Federal. Já a Caixa Econômica informou para equipe JH, através de sua assessoria que “deverá ser acionado o seguro do empreendimento para verificar se houve sobrecarga de energia ou ainda se o problema é de vício construtivo, para que a construtora responsável seja demandada”.
Elizabeth conta que desde o dia 19 está correndo atrás de atendimento com as entidades responsáveis para saber como proceder com essa situação. Através da Ouvidoria da Caixa Econômica a moradora ouviu que deveria procurar a Prefeitura de Nova Iguaçu para dar entrada na resolução do problema. “No dia seguinte ao incêndio, a secretária de Assistência Social esteve aqui no condomínio para realizar entregas de outras casas, mas não nos prestou apoio, não ofereceu nem assistência psicológica”, conta a moradora.
A Prefeitura de Nova Iguaçu informou que “de acordo com a secretaria de Assistência Social, Elizabeth compareceu ao gabinete da Secretária Cristina Quaresma na segunda-feira, dia 3 de dezembro, e foi atendida pela secretária relatando o ocorrido. O fato, é que o imóvel, após a entrega das chaves, é de responsabilidade do beneficiário e da Caixa Econômica Federal, não cabendo a Secretaria de Assistência Social qualquer tipo de intervenção. A beneficiária esteve na Caixa Econômica após orientação dada pelo coordenador de habitação social, já abriu processo para que seja feita perícia no imóvel e está no aguardo da resposta. Cabe ressaltar, que mesmo não sendo de responsabilidade da secretária, ela contatou o representante da Caixa Econômica e o mesmo informou que o seguro pode ser pago apenas após o resultado da perícia”.
Via Jornal de Hoje
Por Gabriele Souza
04/12/2014
