
NOVA IGUAÇU - A Baixada Fluminense está em alerta com um falso agente de jogador de futebol que estaria aplicando golpe em empresários e magistrados da região e em outros municípios do Rio. As vítimas calculam prejuízos de mais de R$ 1 milhão em negócios envolvendo a compra de atletas para atuar em times grandes e também sem grande expressão no estado.
De acordo com denúncia feita por uma das vítimas do golpe, Márcio Alexandre Barbosa Araújo Mello e a esposa Ana Paula trabalham em parceria com o primo de Márcio, identificado apenas por Fabiano. O trio é suspeito de superfaturar a venda de jogadores, revertendo os valores para a conta bancária da empresa que seria de fachada do grupo.
Os suspeitos teriam se beneficiado na intermediação do negócio fechado com um clube. Neste caso, Márcio procurou um grupo de empresários na Baixada e teria oferecido um atleta que já atuou em um time carioca de destaque. O falso agente apresentou um vídeo com o jogador em campo.
O grupo gostou da atuação do atleta e a negociação foi feita. Entretanto, ainda de acordo com a denúncia, o falso agente desapareceu com o dinheiro. “Fomos enganados por esse safado, que ofereceu um jogador ainda em começo de carreira. Fizemos uma cota e arrecadamos o valor da proposta. Depois disso, soubemos que ele ganhou mais do que deveria. Esse trio vem agindo de má-fé há vários meses no Rio de Janeiro. Nos sentimos lesados e passados para trás”, desabafou um dos empresário, que tinha plano de investir nesse mercado, mas ficou frustrado.
VENDEDOR DE COXINHAS NÃO TÃO LONGE ASSIM
Um outro empresário, que mora em Nova Iguaçu, também fez graves denúncias contra a falsa empresa de Márcio. Segundo ele, o agente atua nesse mercado de forma ilegal, uma vez que nunca apresentou nenhuma documentação que comprove sua atividade dentro da lei.
“Está mais que provado que esse grupo age na ilegalidade. Se a polícia investigar, vai encontrar muita sujeira. Meu tio também chegou a ser lesado. Cai na mesma história que as outras vítimas. Os três deviam estar na cadeia, pois aumentaram o poder aquisitivo em um piscar de olhos”, afirmou o sobrinho de um juíz aposentado, que se disse enganado pelo grupo.
Carrões de luxo na garagem de casa
Os fatos comprovam que o grupo engordou a conta bancária rapidamente. No caso de Márcio, a vida simples como vendedor de coxinhas pelas ruas de Nova Iguaçu, agora é coisa do passado.
Em poucos meses, o falso agente deixou o carro popular de lado para dirigir um possante de luxo da marca da Azera, avaliado em cerca de R$ 120 mil. A esposa também não deixou de ostentar o novo padrão de vida.
Segundo a denúncia, a mulher do suposto empresário só anda pela cidade no volante de um Honda Civic, avaliado em cerca R$ 60 mil. Cabe, agora, à polícia, investigar as denúncias sobre a atividade ilegal do grupo, que continua agindo livre e impunimente na Baixada.
Via Jornal Hora H
Por Antônio Carlos
05/12/2014